IZABELA
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011Tenho 27 anos e tive hidrocefalia com três meses de idade, quando fiz a minha primeira cirurgia.

Coloquei a válvula e não me lembro muito, pois era muito pequenininha, mas soube que meus pais sofreram muito por desconhecer a doença, suas conseqüências e seqüelas que poderia deixar.

As primeiras lembranças que tenho da doença é de quando eu tinha aproximadamente uns três anos. Lembro porque naquela época, além de ter a válvula, também precisava ingerir diariamente alguns medicamentos, que não sei ao certo para que serviam.
Lembro também que todas as noites, antes de dormir, meus pais necessitavam apertar a válvula para saber se estava funcionando corretamente.
Sempre fui uma criança normal.
Fiz acompanhamento anual até aproximadamente uns 12 anos de idade, quando então se constatou que minha hidrocefalia estava estabilizada.

Depois dos 12 anos não fui mais ao médico para ver o meu estado de saúde, até porque os médicos disseram que eu só precisaria procurar, caso sentisse muitas dores de cabeça e enjôo. Isso aconteceu há uns 10 anos atrás,fiz alguns exames, pois fiquei preocupada, mas os médicos me disseram que as dores que eu sentia não estavam relacionadas a hidrocefalia, fui medicada e passou.

Hoje, com 27 anos me sinto muitíssimo bem. Terminei a faculdade, hoje sou advogada, e já não tenho mais problema algum...
Tenho os sinais da hidrocefalia registrados no meu corpo, como a válvula do lado direito da cabeça, o cateter que dá pra notar no pescoço e duas cicatrizes na barriga, mas sou uma pessoa completamente normal.
Gostaria que as mães e pais que muitas vezes aparecem desesperadas na comunidade, por desconhecer a doença, vissem o meu depoimento e soubessem que seus filhos podem ter uma vida normal.
Gostaria que as mães e pais que muitas vezes aparecem desesperadas na comunidade, por desconhecer a doença, vissem o meu depoimento e soubessem que seus filhos podem ter uma vida normal.